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História e Cultura

Santana é o principal bairro e um dos mais antigos da Zona Norte da cidade de São Paulo, no Brasil. Pertence ao distrito homônimo e é administrado pela Subprefeitura de Santana/Tucuruvi. Surgiu em 1782 e seu aniversário é comemorado no dia 26 de julho. Foi um dos primeiros bairros a ter um dia oficial (Lei 11 169, de 30 de março de 1992, sancionada pela prefeita Luiza Erundina).

Originado da Fazenda de Sant’Ana, propriedade da Companhia de Jesus que foi pela citada primeira vez em 1560 pelo padre José de Anchieta, funcionou como o cinturão verde da "São Paulo dos Campos de Piratininga". As terras da fazenda foram divididas em sesmarias no início do século XIX.

O Império do Brasil começou a nascer na Rua Alfredo Pujol, onde ficava a sede da fazenda, pois foi ali que a família dos Andradas se estabeleceu e o lugar onde José Bonifácio de Andrada e Silva redigiu o manifesto paulista que ajudou na declaração do Dia do Fico por parte de dom Pedro I (posteriormente, houve a independência do país, em 1822). Um pequeno núcleo se formou no entorno da antiga fazenda. Na planta de 1897, já aparece um traçado de ruas, mas as casas concentravam-se exclusivamente ao longo de algumas destas.

O século XX marcou a integração de Santana à metrópole, dos bondes puxados a burros do século XIX à inauguração da primeira estação do metrô na década de 1970. Com esse processo de desenvolvimento e avanços em sua infraestrutura, o bairro transformou-se em um dos principais polos comerciais da zona norte e da cidade. Atualmente, o bairro apresenta considerável adensamento populacional e o fenômeno da verticalização em virtude da valorização dos terrenos destinados às classes média, média alta e alta.

Etimologia

A palavra Santana é a junção de Santa Ana, formada pelo processo de justaposição da língua portuguesa, com fontes registadas desde sua fundação. Ao longo dos séculos, o bairro foi chamado de Sant'Anna, depois Sant'Ana, até o nome atual.

Santa Ana, mãe de Maria e avó de Jesus, foi nomeada como "Padroeira de Metrópole de São Paulo" pelo papa Urbano VIII em 25 de maio de 1782. Em 1621, o papa Gregório XV fixou 26 de julho como a data da festa litúrgica de Sant'Ana. A santa também é padroeira do bairro.

História

Santana é o mais antigo núcleo de povoamento na cidade ao norte do Rio Tietê. O bairro foi conhecido por muito tempo como Fazenda Tietê ou Guaré, no caminho de Atibaia e de Minas Gerais. Os colonizadores portugueses trouxeram índios escravos, se instalando juntamente com jesuítas, que já haviam montado um colégio para a catequização. Foram estes [jesuítas] que trouxeram as primeiras melhorias para a fazenda, como o estabelecimento de alguns centros de plantação e criação de animais. Em 1673, a Fazenda de Sant'Ana passou a se desenvolver mais, tornando-se a fazenda mais importante do Colégio de São Paulo.

A sede da fazenda, construída em 1734, ficava onde é hoje o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo. Como reflexo da determinação do Marquês de Pombal de expulsar os jesuítas do Reino de Portugal e de suas colônias, confiscando seus bens, a fazenda passou a ser administrada pelo governo da Capitania de São Paulo, já não mais pela Companhia de Jesus. A fazenda tinha seus limites a partir das imediações do Jardim da Luz, seguindo o Rio Guaré (atual Tietê) e terminando aproximadamente em Mairiporã.

Século XIX

No início do século XIX, a Coroa tentou fundar um núcleo colonial distribuindo terras em sesmarias. Em 1887, viviam, ali, pouco mais que 130 pessoas, que cultivavam vinha, batata e milho. Anos depois, foi criada a Paróquia de Sant’Ana, tendo, por sede provisória, a Capela de Santa Cruz, no Alto de Santana. Até 1897, as habitações encontravam-se apenas ao longo das atuais ruas Alfredo Pujol e Doutor César. Devido às inundações periódicas da várzea do Tietê, houve uma expansão lenta e a fazenda foi sendo dividida e subdividida, surgindo então o núcleo do atual bairro de Santana.

Independência

 

Em 1821, a sede da fazenda era chamada de Solar dos Andradas e, em dezembro deste mesmo ano, José Bonifácio de Andrada e Silva, vice-presidente da província, redigiu a representação paulista ao Governo Imperial neste solar. Esta representação contribuiu para dom Pedro I realizar o Dia do Fico, no dia 9 de janeiro de 1822 na capital (Rio de Janeiro). O episódio do Dia do Fico prenunciou a declaração de independência do Brasil no mesmo ano. Trecho da carta:

“       É impossível que os habitantes do Brasil que forem honrados e se prezarem de ser homens, e mormente os paulistas, possam jamais consentir em tais absurdos e despotismos. V. A. Real deve ficar no Brasil quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes não só para nosso bem geral mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo Portugal.                                                                                                   ”

Chácara Baruel

No ano 1852, o alferes de milícias Francisco Antônio Baruel, representante de uma das primeiras famílias da Zona Norte, adquiriu terras no bairro. Ele era agricultor, criador de animais, fabricante de farinha e de telhas. Fabricava telhas no Sítio Morrinhos, transportando-as, por canoas, pelo Rio Tietê. Formou a Chácara Baruel, que possuía a área de um alqueire (24 250 m²) e cuja sede situava-se em um castelo de estilo nórdico construído por volta de 1879. A Família Baruel ajudou na construção da Capela de Santa Cruz no Alto de Santana. Tempos depois, este palacete, chamado também de "Castelinho de Santana", se tornou um orfanato dirigido por Pérola Byington. Francisco Baruel foi homenageado com uma rua que se situa próximo ao palacete. Outro imóvel que restou da Chácara Baruel foi a casa de dona Maria, filha dos Baruel. Construída em estilo normando com estrutura sólida e rico trabalho arquitetônico, é um patrimônio histórico que preserva a história do bairro. Nos anos 1950, a casa foi apropriada pela prefeitura e a Biblioteca Narbal Fontes foi criada na gestão do prefeito Jânio da Silva Quadros, recebendo, como patrono, o escritor e médico Narbal Fontes. Ocupa área de 1 450 metros quadrados, sendo circundada por um jardim com muitas árvores e bancos.

Século XX

Dificuldades de acesso a Santana eram históricas e retardaram o desenvolvimento até meados do século XIX. Até então, a região produzia uvas e vinhos. Quando a Companhia Cantareira e Esgotos resolveu captar água na Serra da Cantareira para abastecer o reservatório da Consolação foi necessária a criação de um meio de transporte para locomoção de trabalhadores e materiais de construção. Por isso, o Governo do Estado resolveu construir a pequena linha férrea provisória do Tramway Cantareira.

Ao final do ano de 1893, o trem já estava em operação. Passava por Santana na atual Avenida Cruzeiro do Sul transportando passageiros e cargas. Houve uma ampliação do sistema por meio de um ramal até Guarulhos. Este ramal começava na Estação Areal (próximo ao atual Parque da Juventude) e seguia pela Avenida General Ataliba Leonel.

A Estação Santana ficava na Rua Alfredo Pujol, entre a Rua Voluntários da Pátria e a Avenida Cruzeiro do Sul, não muito distante de onde, mais tarde, foi construída a Estação Santana do metrô. Além de garantir o acesso, a ferrovia ajudou a desenvolver o bairro rapidamente. Mas, em 31 de março de 1965, após 72 anos de uso, o trem foi desativado, pois frequentemente ocorriam acidentes nas ruas de Santana, oferecendo um risco à segurança dos moradores e também para liberar caminho para o metrô.

A energia elétrica permitiu que os trólebus reforçassem o transporte até a chegada da Linha 1 do metrô, em 1975, quando foram inauguradas as estações Santana, Carandiru e Tietê, além do Terminal Santana. Por esses avanços houve um "boom" imobiliário na década levando o bairro a ser um dos principais polos comerciais da cidade.

O Carandiru

A Casa de Detenção de São Paulo, popularmente conhecida como "Carandiru" por ter sido construída sobre o córrego de mesmo nome, estava aberta à visitação pública após sua inauguração e chegou a ser considerada como um dos cartões-postais da cidade. Entretanto, após a década de 1940 quando atingiu sua lotação máxima entrou em decadência. Novos pavilhões eram construídos, mas ainda assim aumentava a superlotação. Pelo descaso do governo, no ano de 1992 houve uma intensa rebelião que terminou com 111 presidiários mortos. Esta rebelião é conhecida como o Massacre do Carandiru, foi considerado um dos episódios mais sangrentos da história penitenciária mundial. Somente no ano de 2002 a casa foi desativada e parcialmente demolida transformando-se no que é hoje o Parque da Juventude.

Primeira transmissão de rádio

No dia 3 de junho de 1900, o padre Landell de Moura, considerado "pai brasileiro do rádio", realizou a primeira transmissão da voz humana por rádio, com registro da imprensa, da Avenida Paulista, provavelmente de onde hoje está situado o Museu de Arte de São Paulo até o bairro de Santana, no Colégio Irmãs de São José (atual Colégio Santana). Na época, o padre era o pároco da Capela de Santa Cruz ao lado do colégio.

Em 1916, no ponto onde hoje está o Museu de Arte de São Paulo, existia o Belvedere Trianon, de onde se podia avistar o Colégio Irmãs de São José. Pela notável situação geográfica, é muito provável que tenha sido este ponto, pois a comunicação com o telefone sem fio, que utilizava a luz, não poderia ter obstáculos materiais à frente.

Atualidade

O bairro é relativamente arborizado e bem atendido no transporte, água, esgoto, moradia e comércio. Apesar dessas características suas ruas são acometidas por congestionamentos, zonas de meretrício da Avenida Cruzeiro do Sul e Rua Voluntários da Pátria na altura do Campo de Marte e Terminal Santana, inúmeras pichações, alagamentos em suas vias mais centrais e grande número de moradores de rua em seu centro.

Para a diminuição dos congestionamentos em suas vias, o bairro ganhará uma ligação subterrânea, chamada até então de "Elo Norte" pela Companhia de Engenharia de Tráfego. O complexo viário com dois túneis ligará a Avenida Cruzeiro do Sul com a Avenida Engenheiro Caetano Álvares no Mandaqui. O túnel beneficiará os moradores dos bairros de Lauzane Paulista e do Mandaqui, pois, para acessar essas regiões, é necessário atravessar as ruas do Alto de Santana e de Santa Teresinha, áreas congestionadas devido à alta verticalização. Orçado em R$ 338 mi, o projeto removerá 340 imóveis, principalmente os localizados no centro de Santana. A conclusão da obra está prevista para o ano de 2012. Além dos dois túneis estão previstas: uma faixa exclusiva para bicicletas e uma calçada.

Todo seu território é urbano com alta taxa de densidade demográfica. O fenômeno da verticalização cresce ano após ano e surge como consequência da valorização dos terrenos existentes. Incorporadoras desenvolvem projetos de edifícios residenciais de médio e alto padrão, tanto que há locais em Santana em que o metro quadrado chega a custar R$ 7 mil. Em virtude da expressiva valorização, o metro quadrado de algumas vias santanenses sofreu acréscimos de pelo menos 100% no projeto do Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, exemplo da Avenida Brás Leme. O bairro está localizado no distrito de Santana que possui o maior índice de desenvolvimento humano (0,925) da zona norte da cidade e o 19º maior dentre os 96 distritos.

O bairro pode ser dividido basicamente em duas regiões:

Centro de Santana

É zona mais antiga do bairro. Possui forte concentração comercial, especialmente nas proximidades das ruas Leite de Morais, Doutor César, Alfredo Pujol e Voluntários da Pátria; a última é considerada como centro de comércio popular portando 600 lojas e um pequeno shopping. A região é conhecida pela autossuficiência, já que possui diversos tipos de comércio e serviço, além de trabalho e instituições de ensino.

Apresenta baixo grau de verticalização se comparado ao Alto de Santana e ótima infraestrutura de transporte. Está relativamente degradado. Após a construção do Parque da Juventude, aumentou o processo de especulação imobiliária na região.

Em 2010, ano de eleições, houve o início de um processo de reurbanização do Centro de Santana. A Subprefeitura de Santana-Tucuruvi fez obras de revitalização visual, remoção de camelôs e gentrificação da Rua Voluntários da Pátria e suas adjacências.

Destaca-se a Avenida Brás Leme, via residencial e comercial arborizada, ocupada por edifícios de classe média. É uma das atrações na temporada natalina, por sua decoração. A região é classificada pelo conselho regional de corretores de imóveis como "zona de valor C", tal como os bairros de Barra Funda, Tatuapé e Butantã.

Alto de Santana

Local onde Landell de Moura realizou a primeira experiência de transmissão de ondas de rádio e também via de acesso de trólebus que ligavam o alto de Sant'Ana (como era chamado na época) aos bairros da Lapa, Freguesia do Ó e Penha. Atualmente, é uma zona residencial muito verticalizada, delimitada pelas ruas Conselheiro Moreira de Barros e Pedro Doll, onde tem ocorrido expressiva valorização nos últimos anos. Apresenta edifícios de alto padrão e o metro quadrado em algumas vias chega a 7 000 reais. Por causa da especulação imobiliária, empreendimentos imobiliários localizados em regiões relativamente distantes do bairro, como Mandaqui e Lauzane Paulista, são erroneamente anunciados como "lançamento no Alto de Santana".

"Alto de Santana" também é uma denominação comumente utilizada para se referir não só à parte alta de Santana, mas também ao bairro de Vila Santana. Recebe a classificação "Zona de Valor B" pelo conselho regional de corretores de imóveis, assim como outras áreas nobres da capital como Brooklin, Vila Olímpia, Pinheiros e Jardim Paulistano.